terça-feira, 21 de outubro de 2008

SEGREDO DA CHINA



O livro Segredo da China traz uma escrita em fusas e semifusas (se quisermos utilizar metáforas musicais). Ele é rápido e imediato. Mas, ao mesmo tempo, revela uma habilidade incomum para a criação de metáforas, analogias e descrições, muitas vezes acentuando as contradições da realidade chinesa (e do chinês) por justaposição de dados contraditórios.
Com isso, Liu traz ao leitor o efeito estético escondido na história, e que muitas vezes a escrita da historiografia econômica, política e social não consegue revelar.
De que China fala Liu Sai Yam em seu livro? Da China que é, da China que foi, da China dos imigrantes. O leitor só não encontrará uma China: aquela dos estereótipos veiculados todos os dias nas ditas reportagens especiais, nos programas simplistas da nossa televisão (e da bipolar cantilena tradição versus modernidade).
O livro não traz a China para inglês ver. Nem confirma o Oriente que a mídia ocidental inventou. Esta aí sua maior contribuição.
Neste momento em que nos perguntamos se a próxima superpotência mundial virá do outro lado da Terra, com povos de olhos puxados, é importante que estejamos realmente mais informados sobre a história política, econômica, social, cultural, e, o que nos permite o livro Segredo da China, afetiva daquele país e daquele povo, que de certa forma está em todo o mundo.


A estratégia é capciosa desse escritor em labaredas: ninguém esquece a Lee Hok Man, quando ele fala de história, mundialização e sociedade chinesa de ontem e hoje. Durante a leitura permanece em nossas retinas a face de uma personagem anônima gravada em marca d’água sob a narrativa da história milenar do país da muralha. O texto nos lembra que trazemos em cada um de nossos afetos a história da humanidade inteira, mas principalmente a história da nossa cultura. São mais de cinco mil anos sintetizados na vida de Lee Hok Man.

Wedencley Alves - lingüista e professor universitário.


O livro está sendo vendido exclusivamente pela internet. Envie seu nome e endereço para o e-mail abaixo. O custo do exemplar (incluso o frete) é de R$ 25,00. Em seguida a editora vai mandar um número de conta bancária para transferência ou depósito em caixa eletrônico.



macunaima.news@gmail.com

Suely Pinheiro

domingo, 13 de julho de 2008

sábado, 12 de julho de 2008

NÃO SOU DA PAZ

Em meio a esse quadro geral, não faltam pessoas que idealizam movimentos, cuja prática mais comum é apontar o dedo contra o Estado, omisso. Mas, esses movimentos não propõem nada, nem seus métodos são criativos e originais. Até o símbolo da paz, usado por eles, é uma cópia ridícula de uma metáfora antiga, criada pelo magnífico comediante do cinema mudo, Buster Keaton. O uso das duas mãos cruzadas, na versão desse magistral artista, significava trata-se de uma dessas organizações mafiosas. Para saber mais, basta acessar o Link, no vídeo em anexo. Divirtam-se!



http://www.youtube.com/watch?v=gYe7nwQYxYY&eurl


Esta semana que termina trouxe algumas cenas de impacto, que seriam suficientes para rever algumas das contradições que povoam a chamada “pauta Nacional”. Dentre elas, a libertação da principal refém das FARC e tudo o que veio à tona, em função desse acontecimento: a morte, estúpida, do menino João Roberto, no Rio de Janeiro; e, por último, o entra e sai da cadeia, dos figurões da política e do mundo financeiro Nacional, deixando a nu as reais ligações da Corte máxima brasileira.

Tudo já foi dito e escrito, a respeito desses três (3) episódios, porém uma certa histeria coletiva e de certos grupos, dominantes, da sociedade, acabou monopolizando o debate nacional impedindo que se tire alguma lição desses descalabros. Nem é preciso dizer que na atualidade, num tempo de grande expansão dos veículos, bem como dos instrumentos de comunicação, foi exatamente o momento em que menos os homens se entenderam, a respeito de qualquer assunto. Binômio refletir e ouvir é tão proibido, quanto foi o desejo de liberdade, até a 30 anos atrás.

Comecemos pela situação da Colômbia, que para todos, de uma maneira geral, parece ser um assunto indigesto. A produção de cocaína e a formação de cartéis, naquele país, alimentando o tráfico e o consumo de drogas, internacionalmente, têm a ver com a guerra civil que se instalou, no Rio de Janeiro, exportada, agora, para as demais cidades brasileiras. Também a morte do menino, João Roberto, é conseqüência dessa guerra, aonde não faltam “pregadores de feira livre”, pedindo pena de morte aos bandidos ou, então, a participação do exército, no combate ao crime. Os mesmos defensores desses métodos são os primeiros a sair, em passeata, ou realizando manifestação pela imprensa, condenando o Estado que aí está. Vide a tentativa de ridicularizar, o governo do Rio de Janeiro, no programa “Canal Livre”, pelos jornalistas, comprometidos em desgastar qualquer ação da União, no combate à pobreza, a miséria e ao crime. Pobre menino, pobre pai, indefeso, protestando frente às câmeras de tevê.

O escândalo financeiro exposto em praça pública é a raiz de uma situação crônica, construída desde há muito, com os olhos coniventes do Legislativo, do Judiciário e que, agora, se revela um filme sem “mocinhos nem bandidos”. Bastou um pouco da eficácia de uma polícia que, num passado não muito distante, foi aliada da repressão política para se produzir tantos escândalos. Este é o quadro.

Jair Alves - dramaturgo - São Paulo